Editorial Misión Verdad.Visões geopolíticas contrastantes.Por que o Brasil se opõe à entrada da Venezuela no Brics. Misión Verdad, 23 de outubro de 2024





O assessor para assuntos internacionais do governo brasileiro, ex-chanceler Celso Amorim, ao lado do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva 

Nesta segunda-feira, 21 de outubro, soube-se que o Brasil se opôs à entrada da Venezuela no grupo Brics, no contexto da 16ª Cúpula do bloco na cidade de Kazan, na Rússia, evento para o qual o presidente Nicolás Maduro foi convidado pelo próprio presidente russo, Vladimir Putin, no início de agosto.

A informação foi dada pelo assessor para assuntos internacionais do governo brasileiro, o ex-chanceler Celso Amorim. A instrução para vetar a possível adesão de Caracas partiu do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva .

Na América Latina, além da Bolívia, Cuba e Nicarágua, a Venezuela apresentou um pedido formal para aderir à aliança de economias emergentes. Entre todos os candidatos, a Venezuela é o país que reuniu maior consenso para a sua entrada depois de reforçar as suas relações de cooperação com os membros mais importantes do bloco, principalmente com a Rússia e a China.

Amorim argumentou que este não é um “julgamento moral ou político”. “Os Brics têm países que praticam certos tipos de regimes, e outros tipos de regimes, a questão é se têm capacidade, pelo seu peso político e capacidade de relacionamento, de contribuir para um mundo mais pacífico”, indicou.

A declaração do orientador foi marcada pela ambiguidade. Por um lado, salienta que na Cimeira de Kazan não deverá haver uma regra rígida para integrar futuros parceiros, uma vez que, na sua opinião, deverá ser aberta a Estados que promovam o desenvolvimento e mudanças na governação global. Mas, paralelamente, anuncia publicamente que não apoia a entrada da Venezuela.

No entanto, esta posição está em linha com a atitude cada vez mais hostil que o governo Lula tem mantido contra a Venezuela nos últimos meses, depois de não ter reconhecido os resultados das eleições de 28J em que o Presidente Nicolás Maduro foi reeleito.

Aunque en principio Brasil intentó moverse dentro de un marco de neutralidad relativa, buscando erigirse como una instancia de mediación en el conflicto postelectoral, progresivamente ha ido acoplándose cada vez más con la posición de Washington y Bruselas, que abiertamente reconocen a Edmundo González como supuesto ganador de la jornada. 

Causas y motivos
Lo primero a resaltar es que el año pasado el propio Lula estaba abierto a la expansión de los Brics y a la inclusión de Venezuela. La declaración de Amorim, en tal sentido, representa un cambio agresivo de postura que deteriora el vínculo Caracas-Brasilia.

"Soy partidario de que Venezuela integre los Brics. Nos vamos a reunir pronto y tenemos que evaluar varias solicitudes de integración", afirmó Lula en mayo y añadió que "la nueva geopolítica está caracterizada por dos elementos: unidad de nuestra América en la diversidad y el rol de los Brics, que se perfila como el gran imán de los países que quieren cooperación".

Es preciso recordar que, también el año pasado, Brasil impulsó el ingreso de Argentina a la instancia pero, una vez que llegó al gobierno Javier Milei, dio por terminada la solicitud de membresía en el bloque.

Desde el punto de vista estratégico, a Brasil le interesa mantener su lugar como el único miembro latinoamericano de los Brics, una posición con la cual evita contrapesos geopolíticos y, al mismo tiempo, protege el monopolio sobre la conducción de los asuntos regionales frente al resto de las potencias del bloque. 

De hecho, la propuesta de incluir a Argentina tenía como premisa que Brasilia administrara los tiempos y alcances de la adhesión de Buenos Aires, y ubicarlo como el hermano pequeño del gigante brasileño dentro de la alianza. 

Pero con Venezuela operan lógicas y tensiones diferentes.

Dentro de la concepción geopolítica de Planalto e Itamaraty, la participación de Venezuela en los Brics desplazaría demasiado el eje geopolítico de la región y del bloque hacia la multipolaridad, por el fortalecimiento de los nexos con Rusia y China. Esto debilitaría el enfoque de Lula y Amorim en cuanto a preservar los lazos estratégicos de Brasil con Washington y Bruselas, al mismo tiempo que resguarda los vínculos económicos con los Brics.

En este sentido, Venezuela podría convertirse en un aliado incómodo dentro del grupo, que no podría ser controlado como Argentina y que impulsaría un afianzamiento de la multipolaridad a contracorriente de la política exterior brasileña, marcada por enfatizar los vínculos con Occidente.

El conflicto existencial entre Caracas y Washington, que podría profundizarse después de las elecciones presidenciales en EE.UU. en noviembre, implicaría que Brasil tendría que apoyar a su socio venezolano en los Brics en oposición a Washington.

Ao estar ambos dentro do grupo, o Brasil seria obrigado a manter uma relação política e económica activa com a Venezuela, e assim desafiar as sanções ilegais e a narrativa de ignorância da presidência de Nicolás Maduro promovida a partir da Casa Branca e do Departamento de Estado. 

Lula e Amorim leram estes possíveis dilemas, por isso decidiram opor-se à incorporação da Venezuela com o objetivo de reduzir qualquer custo político que implicasse distorcer ou complicar a relação com os Estados Unidos.

Com tal oposição, o presidente brasileiro e o seu principal assessor para assuntos internacionais afirmam que a sua visão é mais eurocêntrica do que multipolar, e que os BRICS são um instrumento para fins económicos e não uma aposta geopolítica determinada a construir uma nova ordem global, um horizonte para que a Venezuela aborda e que promove ativamente. 

Este choque de visões e os pontos inegociáveis da política externa brasileira com os Estados Unidos explicam a última queixa brasileira contra a Venezuela. 

Fonte original:https://misionverdad.com/globalistan/por-que-brasil-se-opone-al-ingreso-de-venezuela-en-los-brics
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