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Michael Hudson. A visão invertida de Trump sobre o histórico tarifário dos EUA. Michael Hudson, 14 de abril de 2025

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  Este artigo é baseado em  America's Protectionist Takeoff  , 1815-1914: The Neglected American School of Political Economy (ISLET, 2010), minha análise da dinâmica política e da teoria econômica que orientaram a ascensão dos Estados Unidos ao poder industrial. A política tarifária de Donald Trump provocou turbulência nos mercados, tanto entre seus aliados quanto entre seus inimigos. Essa anarquia reflete o fato de que seu principal objetivo não era, na verdade, a política tarifária, mas simplesmente cortar o imposto de renda dos ricos, substituindo-o por tarifas como principal fonte de receita do governo. Obter concessões econômicas de outros países faz parte de sua justificativa para essa mudança tributária, que visa oferecer um benefício nacionalista aos Estados Unidos. Sua história de capa, e talvez até mesmo sua crença, é que tarifas por si só podem reanimar a indústria americana. Mas ele não tem planos para lidar com os problemas que causaram a desindustrialização ...

Marco Fernandes. Há 70 anos, Conferência de Bandung marcou virada diplomática da China e luta anticolonial asiática e africana. Jornal Brasil De Fato, 18 de março 2025.

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Há 70 anos, a República Popular da China foi uma das protagonistas do evento que marcou a história das lutas dos povos asiáticos a africanos por sua soberania nacional. Apesar de não ter sido oficialmente responsável pela convocação e organização da histórica Conferência de Bandung, em abril de 1955, Pequim teve um papel central na criação das condições políticas e diplomáticas para a realização da “primeira conferência intercontinental de pessoas de cor na história da humanidade”, como a chamou o presidente indonésio, e anfitrião, Sukarno. No ano anterior, liderada pelo premier e ministro das relações exteriores, Zhou Enlai, a China havia liderado duas complexas negociações diplomáticas: uma com a Índia, a outra na Conferência de Genebra, com as quatro maiores potências da época, Estados Unidos, União Soviética, Inglaterra e França. Na primeira, diante de um impasse na fronteira entre as nações mais populosas do mundo – na região do Tibet -, o primeiro-ministro indiano Jawaharlal Nehr...

Paulino Cardoso. HARVARD: NÃO CHORES POR MIM, ESQUERDA BRASILEIRA!!!. Blog Brasil 247, 19 de abril de 2025.

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  Quando ouvi o chororô dos brasileiros pelos cortes provocados por Donald Trump ao orçamento da Universidade de Harvard, traduzido como um ataque ao conhecimento, logo me veio em mente a Madonna, no musical Evita (1996), dirigido por Alan Parker, tendo Antonio Banderas como nosso eterno comandante Che Guevara. Fiquei pensando, até quando seremos caixa de ressonância do Partido Democrata? Minha natural ironia, cessou no momento em que me caiu, via redes sociais, uma convocatória de um interessante evento, promovido pela prestigiosa universidade estadunidense: The ALARI IV, Continental Conference on Afro-Latin American Studies, entre os 22 e 24 de Julho de 2026, em Cali, Colômbia. Antes de tudo, devo confessar que este texto tem a inspiração do professor José Kobori, que em entrevista recente ao Leonardo Attuch, no Canal Brasil 247, comentou que por orientação da esposa, por sinal, psicóloga, resolveu contar sua história, senão as pessoas ficariam com apenas uma versão. A minha comp...

Yanis Varoufakis. Adeus, LINKE!. Savage Minds, 29 de Março de 2025.

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  Crédito da foto: Die Linke A semana passada foi para os livros de história. O parlamento alemão alterou o freio da dívida constitucional para permitir gastos militares ilimitados, independentemente de quão profundamente no vermelho isso empurrará o orçamento do governo federal. Enquanto isso, nada dessa generosidade fiscal deve ser estendida ao investimento em hospitais, educação, bombeiros, jardins de infância, pensões, tecnologias verdes etc. Em resumo, quando se trata de financiar a vida, a austeridade continua sendo parte da ordem constitucional da Alemanha. Apenas investimentos na morte foram liberados das garras constitucionais da austeridade. A razão subjacente para introduzir essa mudança impressionante na constituição da Alemanha é simples: as montadoras alemãs agora são muito pouco competitivas. Elas não podem vender seus carros lucrativamente para civis na Alemanha ou no exterior. Então, elas exigem que o estado alemão compre tanques que a Rheinmetall fará nas linhas d...