Endossar algum ‘estado profundo’ é ameaçar a democracia


Publicado pelo Prof. Lejeune MIrhan lejeunemgxc@uol.com.br

ter., 10 de dez. 07:31 (há 2 dias)
para gtarabepalestinaja
Endossar algum ‘estado profundo’ é ameaçar a democracia 
28/10/2019, Moon of Alabama

Sobre ‘estado profundo’, em direção completamente diferente, ver também:
·         Para compreender a pro-paga-n-da do ‘Estado (burguês) Profundo/Permanente,
14/11/2019, Eric Zuesse, Strategic Culture Foundationing. aqui; e port. no Blog Bacurau

Desde que Donald Trump foi eleito presidente, a posição do jornal New York Times em relação ao chamado ‘estado profundo’ mudou da água para o vinho: de total negação até de que existisse algum ‘estado profundo’, para total endosso de suas operações antidemocráticas.

16/2/2017, NYT – 
Vazamentos Aumentam Temores de q um ‘Estado Profundo’ Esteja Agindo nos EUA

Uma onda de vazamentos feitos por funcionários sacudiu o governo Trump, levando alguns a comparar os EUA a Egito, Turquia e Paquistão, países onde burocracias governamentais, frequentemente chamadas de “estados profundos”, minam e encurralam governos eleitos.


Os EUA estariam assistindo à ascensão de seu próprio estado profundo?

Não precisamente,
 dizem os especialistas, mas os ecos são reais – e perturbadores.

O conceito de um “estado profundo” – uma rede obscura, ou uma agência, ou grupo de militares que secretamente conspirariam para influenciar políticas de governo – é mais frequentemente usado para descrever países como Egito, Turquia e Paquistão, onde elementos autoritários mancomunam-se para minar e restringir os movimentos de líderes eleitos. Mas dentro da Ala Oeste da Casa Branca, Mr. Trump e seu círculo íntimo, particularmente seu estrategista-chefe, Stephen K. Bannon, veem a influência dessas forças operantes dentro dos EUA, dizendo, em essência, que o próprio governo deles estaria sendo minado por dentro.

Discussão extraordinária, essa, alimentada por presidente em exercício!

Instituições norte-americanas em nada se assemelham aos poderosos estados profundos de países como Egito ou Paquistão, por exemplo, dizem os especialistas. Nem os vazamentos individuais, muitos dos quais vieram da própria equipe do presidente Trump, têm dimensões de conspiração.

O diagnóstico de que haveria um “estado profundo”, dizem esses especialistas, mascara o problema.

...

Embora Mr. Trump não tenha usado publicamente a frase, aliados e veículos simpáticos da mídia reposicionaram a noção de “estado profundo”: do significado formal – uma rede de funcionários civis e militares que controlam ou minam governos democraticamente eleitos –, para dar-lhe um significado pejorativo e acusar funcionários públicos de serem ilegítimos e ‘ideológicos’.

Sobre a Rússia, por exemplo, o presidente relutou antes de expulsar os espiões de Mr. Putin, como punição pelo envenenamento de um ex-espião russo na Grã-Bretanha. Reclamou durante semanas sobre altos funcionários de seu gabinete que o estariam empurrando para novo confronto contra a Rússia, e mostrou-se frustrado por os EUA terem continuado a impor sanções ao país, pelo comportamento maligno. Mas a equipe da segurança nacional sabia mais e melhor – tais medidas eram indispensáveis e tinham de ser tomadas, para manter Moscou sob controle.

Não é serviço do chamado estado profundo. É serviço de estado estável.

Há muito tempo o presidente Trump tenta descartar os problemas que enfrenta com a lei, declarando-os serviço de um “estado profundo” 
de apoiadores de Obama entrincheirados nas burocracias do Judiciário e da Segurança nacional, em campo para pegar Trump a qualquer custo. Agora, funcionários de escalão inferior e outros acusados de crimes ou infrações puseram-se a usar também o argumento de que essas mesmas forças estariam atacando-os também, sem ter qualquer legitimidade.

O presidente Trump e alguns dos seus aliados afirmaram, sem qualquer prova, que uma camarilha de funcionários norte-americanos – o chamado estado profundo – montou vasta operação para aniquilar a campanha de Mr. Trump. A teoria da conspiração permanece sem qualquer prova...

O presidente Trump tem razão: O estado profundo está vivo e forte. 
Mas não é a camarilha sinistra e antidemocrática que povoa seus sonhos febris. São, isso sim, um colegiado de servidores públicos patriotas – diplomatas de carreira, cientistas, funcionários da inteligência e outros – os quais, de dentro dos intestinos desse governo corrupto e corruptor, de algum modo conseguem lembrar que o seu dever é proteger os interesses, não de um líder específico, mas do próprio povo norte-americano.

Ao longo das últimas três semanas, o estado profundo emergiu das sombras 
na forma de funcionários do governo na vida real, passada e presente, que desafiaram um esforço da Casa Branca para impedir qualquer cooperação com os investigadores da Câmara de Representantes, e apresentaram provas que em grande medida confirmam o que disse o vazador ainda anônimo.

O presidente e seus aliados responderam com fúria. Esses depoimentos terríveis são parte de uma vendetta política dos burocratas militantes de “Trump Nunca”, membros de um “estado profundo” determinado a trair a vontade do povo, dizem eles. Mas o que é esse “estado profundo”? Longe de ser ferramenta de corrupção política, o Serviço Público Federal Civil dos EUA foi criado para ser um antídoto contra toda e qualquer corrupção e tentativas de negociar a favor de si mesmo que desgraçam o atual governo.

“Serviço Público Federal”?! Essa última reviravolta no argumento do New York Times é quase inacreditável. Se se permite ao estado profundo promover suas próprias políticas, contra a vontade dos candidatos eleitos e empossados, por que, diabos, tanto trabalho para fazer eleições e leis?

É estupidez crassa dos Democratas aplaudir e promover esses esquemas de submundo. Talvez voltem à presidência em 2024. O que farão, quando todos os funcionários públicos aos quais Trump tiver dado trabalho e posse até lá se organizarem para pôr abaixo qualquer fiapo de política que os Democratas tentem implantar? *******

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