A vitória dos mineiros na indicação da Ministra da Secretaria de Políticas Públicas para a Igualdade Racial



Ivair Augusto dos Santos
A indicação da Professora Dra. Nilma Lino Gomes é uma vitória ao trabalho e competência política dos mineiros e dos negros que ocupam cargo no Ministério da Educação. A equipe do Ministério da Educação realizou um trabalho político silencioso e competente. Com as bênçãos do Ministro da Casa Civil. A Professora Nilma vai deixar a Reitoria da Unilab, após anunciar a criação de um Hospital na região e da criação do curso de Medicina, sem sombra de dúvida um sinal de competência política.
A escolha de Nilma para um Ministério com a presença de aliados políticos de peso capazes de conter o ímpeto conservador do Congresso e o ano difícil na economia é uma vitória. Os movimentos sociais não influenciaram na escolha dos Ministros, embora trabalhassem na sua maioria pela permanência de Dilma no comando do Governo.
O desempenho dos candidatos negros nas eleições para deputados federais apresentou um declínio em diversos estados como São Paulo, com a não eleição da deputada Janete Pietá e o cantor Netinho; no Rio de Janeiro, Edson Santos, que havia ocupado o cargo de Ministro da SEPPIR; na Bahia o deputado Luiz Alberto, que tem sua origem no movimento negro.
Com uma representação tão reduzida no Congresso fica difícil imaginar que os negros tenham capacidade de influenciar na escolha dos Ministros. A sociedade também não se incomoda se há ou não ministros negros no Governo. Setores da sociedade, localizados na população negra, esperam que haja o reconhecimento de que mais negros possam vir a ocupar cargos no primeiro escalão. Dilma tem sido pragmática, quer governar com controle do Congresso, mas os negros não têm deputados suficientes para se fazerem ouvir nessa composição.
A indicação da Professora de Minas Gerais, Nilma Melo, mostra que o Governador de Minas Gerais deve ter sido ouvido, e a sua saída da Reitoria da Unilab abre um lugar para nomeação para o Ministro da Educação no seu Estado do Ceará.
Mas, ao olhar para os Ministros indicados para o 2º mandato da Presidenta Dilma, vislumbra-se um cenário difícil para as políticas voltadas para a população negra. Um Ministério conservador, um Congresso não menos conservador. Podemos esperar um cenário de dificuldades e de recuos nas políticas para os quilombolas e para o avanço dos programas de ações afirmativas. Desejar boa sorte a Nilma será pouco. Há que se fazer muita política na Esplanada e no Congresso.

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