Equipe Saker Latinoamérica. Irã vs Israel + EUA – Sitrep. Comunidad Saker Latinoamérica, 18/06/2025
Irã vs Israel + EUA – Sitrep 18/06/2025
Equipe Saker Latinoamérica – 18 de junho de 2025
O nevoeiro de guerra permanece pesado:
- Censura militar severa e supressão quase completa de informações sobre o impacto dos ataques iranianos em Israel. Extrapolando do que tem vazado nas redes sociais, que corresponde basicamente a ataques em alvos militares localizados em áreas no perímetro urbano, e levando em consideração que esses ataques tendem a ser mais brandos devido à proximidade de áreas residenciais, podemos concluir, com uma margem de incerteza razoavelmente estreita, que o danos às bases e centros logísticos militares é massivo ‘– lembre-se: informações sobre baixas e impactos em alvos militares são totalmente censuradas na mídia israelense.
- O Irã está atacando sistematicamente a infraestrutura de energia israelense. Refinarias em Haifa foram destruídas e existem relatos de escassez de combustíveis e colapso da logística militar israelense.
- No lado do Irã, seja por ataques cibernéticos, sabotagem direta e suspensões oficiais, a internet iraniana tem operado de forma intermitente. A maior parte das imagens disponíveis são da região metropolitana de Teerã, onde a maior parte dos ataques e sabotagens israelenses tem sido operados de dentro do território por traidores e agentes infiltrados e são de carácter terrorista, mirando e vitimando prioritariamente alvos civis.
- Os traidores e agentes infiltrados no Irã têm queimado pneus e começado incêndios, que são depois fotografados de longe e reportados nas redes sociais como impactos de ataques israelenses.
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Considerando o exposto acima e confiando apenas nas informações estritamente confirmadas até agora, podemos formar a seguinte imagem da situação:
- A defesa antiaérea iraniana, que esteve quase não-operacional nas primeiras horas do conflito, foi reconfigurada e reiniciada em tempo recorde e está operando ativa e eficientemente desde então.
- Desde as tentativas de penetração fracassadas nas primeiras horas do conflito, que segundo relatos oficiais iranianos acarretaram o abatimento de um número de caças F-16 e F-35 – imagens ainda pendentes, por razões obvias – a aviação de guerra Israelense não fez mais tentativas de incursões. A fim de evitar a defesa antiaérea iraniana, estão disparando mísseis e drones da fronteira ao norte do Irã e do espaço aéreo do Iraque.
https://t.me/SabrenNews22/158223: O drone israelense Hermes 900 foi abatido em Isfahan, Irã.
- A combinação de enxames de drones leves, mísseis de cruzeiro e mísseis antigos para ativar e revelar o posicionamento das defesas israelenses tem permitido ao Irã usar seus mísseis avançados para dizimar a defesa antiaérea israelense e manter a força aérea de seus aliados na região operando em um nível de atividade insustentável econômica e militarmente, no médio prazo.
- Primeiros sinais de exaustão das defesas antiaéreas israelenses estão emergindo, com um número crescente de mísseis de interceptação falhando e alertas de escassez.

https://t.me/SabrenNews22/158222: Documentação completa do lançamento fracassado do interceptador israelense.
- Os ataques israelenses ao território iraniano têm sido operados de dentro por agentes infiltrados e traidores, usando drones, ATGMs e carros-bomba. Muitos alvos são civis.
https://t.me/SabrenNews22/158244: Iranian media outlets published footage of security forces discovering an explosives factory in the capital, Tehran.
https://t.me/Farse_news1/20609: The Zionists are using this equipment for assassination in Iran.
https://t.me/Middle_East_Spectator/19795: Um vídeo mostra algum tipo de projétil sendo lançado de dentro de Teerã, possivelmente um ATGM Spike, por colaboradores do Mossad.
ATGMs Spike foram descobertos perto de um dos locais de defesa aérea do Irã, usados por agentes do Mossad, no ataque inicial.
- No domingo passado, as autoridades iranianas ativaram os Basij, uma milícia voluntária paramilitar dentro do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica e um de seus cinco ramos. Os Basij estão ativamente caçando e prendendo os sabotadores e vigiando as estradas e infraestrutura sensíveis. A ativação dos Basij limitou consideravelmente a atividade sabotadora israelense.
https://t.me/Middle_East_Spectator/20076: Os Basij prenderam um grupo de colaboradores juntamente com 5 cidadãos estrangeiros (afegãos) na estrada Nahavand-Noorabad perto de Bahruddin, província de Lorestan.
- Após repetidas ameaças feitas por D. Trump – incluindo a devastação de Teerã e o assassinato do Líder Supremo do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, as forças armadas dos EUA iniciaram a realocação de força militar massiva para a região. Ao que tudo indica, a entrada dos EUA no conflito é iminente.
Sabemos exatamente onde o chamado “Líder Supremo” está escondido. Ele é um alvo fácil, mas está seguro lá. Não vamos eliminá-lo (ou matá-lo!), pelo menos não por enquanto. Mas não queremos mísseis disparados contra civis ou soldados americanos. Nossa paciência está se esgotando. Agradecemos a sua atenção a este assunto! https://truthsocial.com/@realDonaldTrump/posts/114699610769479275
https://t.me/SabrenNews22/158299: Aeronave B2 dos EUA sobrevoando as Colinas de Golã ocupadas.

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Situação estratégica
- Rússia e China: Rússia e China parecem estar se distanciando de qualquer envolvimento cinético com o conflito. Rússia se ofereceu para “mediar” uma solução diplomática, enquanto ambos continuam a emitir comunicados e declarações repudiando as ações de Israel, pedindo o apaziguamento das hostilidades e o retorno às negociações. A mídia doméstica russa permanece focada em temas como a Operação Militar Especial na Ucrânia e o encontro de negócios SPIEF. A mídia ocidental reporta a atitude russa como “não preparada para ajudar Teerã”. A despeito da narrativa disseminada por muitos analistas e youtubers, insistimos em lembrar que os acordos estratégicos em curso entre Rússia e Irã não têm provisões sobre defesa mútua. A única matéria de capa no Global times hoje a respeito do conflito é sobre a evacuação de cidadãos chineses do Irã.
- Índia: Existem relatos ainda não confirmados nas redes sociais sobre cidadãos indianos ligados ao serviços de inteligência da Índia sendo presos no Irã enquanto operando ataques e sabotagens a serviço de Israel. Existem também relatos, sempre não confirmados, de manifestações públicas de militantes do Hindutva de apoio a Israel. O primeiro ministro indiano, Narenda Modi, publicou a mensagem abaixo:

de Israel. Ele me informou sobre a evolução da situação. Compartilhei as preocupações da Índia e enfatizei a necessidade de restaurar rapidamente a paz e a estabilidade na região.
Paquistão: as autoridades paquistanesas condenaram nos mais fortes termos a agressão israelense e expressaram apoio incondicional ao Irã. Circulam relatos, não confirmados, sobre a oferta de mísseis e apoio aéreo ao Irã. Aqui está a declaração recente do ministro da defesa do Paquistão:
Ministro da Defesa do Paquistão: #Israel é um Estado desonesto, nenhuma lei internacional se aplica a #Israel. Se o mundo tratar #Israel acima das leis internacionais, não haverá paz na região.
O patrocinador de #Israel deve entender que está empurrando o mundo para um poço escuro; suas ações não só criarão confusão no Oriente Médio, mas em todo o mundo.
#Israel está atacando país após país, enquanto os Estados democráticos ocidentais são chantageados pelo lobby #sionista. Ninguém está responsabilizando #Israel por suas atividades destrutivas. https://t.me/IR_Pakistan/11887
Estados do Árabes da Região: Todos condenaram as ações à agressão de Israel ao Irã como uma violação flagrante da Lei Internacional.
Análise
A despeito das narrativas popularizadas por muitos analistas ocidentais, principalmente em programas do youtube, todos os fatos indicam que, desde o início, o objetivo do engajamento diplomático dos EUA com o Irã, o discurso de Trump na Arábia Saudita – denunciando os neo-cons e as políticas intervencionistas estadunidenses – bem como inúmeros relatos de conflitos e rompimento de relações entre Bibi e Trump, não passavam de pura perfídia.
Sobre perfídia, um crime de guerra, a convenção de Genebra (1949) formaliza o seguinte:
Proibição da Perfídia
1. É proibido matar, ferir ou capturar um adversário valendo-se de meios perfídios. Constituirão perfídia os atos que, apelando para a boa fé de um adversário e com a intenção de atraiçoá-lo, dêem a entender a este que tem direito à proteção, ou que está obrigado a concedê-la, em conformidade com as normas de Direito Internacional aplicáveis nos conflitos armados. São exemplos de perfídia os seguintes atos:
a) simular a intenção de negociar sob uma bandeira de armistício ou de rendição;
b) simular incapacidade por ferimentos ou enfermidades;
c) simular a condição de pessoa civil, não combatente; e
d) simular que possui condição de proteção, pelo uso de sinais, emblemas ou uniformes das Nações Unidas ou de Estados neutros ou de outros Estados que não sejam Partes em conflito.
De fato, em se tratando dos EUA e Israel, perfídia sempre esteve escrito em vermelho na parede. No contexto da relação com o Irã, em tempos recentes temos o assassinato do General Qassem Soleimani, enquanto em missão diplomática no Iraque, o assassinato de Ismail Haniyeh, negociador do Hamas, em Teerã, durante o funeral de Ebrahim Raisi, violação do Acordo Nuclear por Obama, que falhou em levantar as sanções depois que o Irã cumpriu a sua parte. Na verdade, a história dos EUA e Israel traindo acordos, assassinando negociadores e líderes da outra parte como forma de vencer conflitos é longa.
Ou seja, os chamados linha-dura da política iraniana sempre estiveram corretos em sua militância ferrenha para fechar as portas a qualquer negociação com os EUA e Israel em respeito ao programa nuclear iraniano.
Muitos estão agora discutindo se os EUA se envolverão ou não diretamente na guerra em curso entre Irã e Israel. Nosso posicionamento é de que os EUA já estão envolvidos. A entrada da forças armadas dos EUA, sob a bandeira dos EUA, em hostilidades com a República Islâmica será apenas uma escalada. Seja como for, os prospectos de sucesso para os EUA e Israel em desmantelar o programa nuclear iraniano e mesmo prevalecer militarmente são mínimos. Os EUA carecem de pessoal e força militar para efetivamente vencer o Irã, um país de 80 milhões de habitantes, bem armado e bem defendido. E, acima de tudo, pleno de recursos e mobilizado para a guerra. A melhor chance dos EUA e Israel foi a tentativa de promover uma mudança de regime no Irã, mas isto mais uma vez falhou.
Pode-se especular inúmeros cenários para a escalação das hostilidades entre os EUA e o Irã, entretanto o resultado final mais provável é a destruição completa de Israel e de inúmeras bases estadunidenses na região. E se Israel ou os EUA recorrerem à bombas atômicas, o que vocês acham que o Paquistão vai fazer? Olhem o mapa, um ataque nuclear ao Irã é quase sinônimo de um ataque nuclear ao Paquistão. Enfim, seguimos monitorando a situação.
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Fonte adicional: https://t.me/frenteoriental
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