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A Lei 10.639/03: significados e desafios da lunta anti-racista no Brasil

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Encerramento do curso de Arte africana, NEAB/UNIPLAC, 10 nov. 2007. Por: Paulino de Jesus Francisco Cardoso [1] Nada simboliza mais ascensão do Movimento Negro do que a transformação de uma antiga reivindicação em lei – a obrigatoriedade do ensino da História e da Cultura Africana e Afro-Brasileira nos escolas do país, um dos primeiros atos de Luiz Inácio Lula da Silva, como presidente da República Federativa do Brasil. Ao longo das ultimas três décadas, educadores e organizações anti-racistas lutaram em diferentes cidades e estados para aprovar e implementar legislações análogas e produzir experiências de uma pedagogia anti-racista. Pedagogia, como diria Amauri Mendes Pereira e Jeruse Romão, que refletisse um pensamento negro sobre educação. Este, compõem-se de um corpo diverso, centenário, de discussões que expressava (e expressa) as expectativas de intelectuais e ativistas afrodescendentes no pós- Aboliçao. Tal e qual a “Lei Áurea”, trata-se de um texto curto, somente dois artigos,

Políticas Culturais na Educação

Neste trabalho gostaríamos de apresentar aos colegas a discussão sobre o Multiculturalismo e suas implicações para o currículo escolar e a formação de professores, com o objetivo de estimular a reflexão sobre a presença no Brasil de uma multiplicidade de populações, portadoras e produtoras de uma diversidade cultural, enfatizando as relações que historicamente travam entre si, marcadas por desigualdades, exclusão e discriminação. Igualmente, incentivar a discussão sobre o impacto destas relações no cotidiano escolar, bem como, das diferentes políticas institucionais de promoção da igualdade. Cabe lembrar que esta problemática é internacional, estando presente em todos os continentes. Embora tenha sido intensamente debatida a partir dos anos 1960, nos Estados Unidos e Canadá, a discussão sobre este assunto se intensificou nas últimas décadas, devido aos efeitos da Globalização e da percepção de que a partir da segunda metade do séc. XX, o conjunto de mudanças vividas parece apontar para

A Vida na escola e a Escola na vida: contribuições para o estudo sobre as experiências dos afrodescendentes em Santa Catarina no século XX

1.Introdução Este texto faz parte de um pequeno balanço há muito cobrado pelos colegas de nossas atividades de pesquisa e orientação. Afinal, ao longo dos últimos dez anos foram quase quatro dezenas de trabalhos acadêmicos desenvolvidos no âmbito do Grupo de Pesquisa Multiculturalismo: Historia, Educação e populações de origem africana do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade do Estado de Santa Catarina – o NEAB/UDESC. Das varias possibilidades resolvemos selecionar dois estudos escritos nos últimos sete anos abordando experiências de afrodescendentes na escola da vida e no quotidiano da escola em Florianópolis [1] e Criciúma [2] . Gostaríamos de ter incluso um estudo sobre Lages [3] , mas exigüidade do tempo e os limites de tamanho do texto nos obrigaram a eliminá-lo. Um parágrafo, três termos chaves que norteiam o conjunto dos trabalhos - quotidiano, experiência e afrodescendência - e que expressam os esforços de dezenas de pesquisadores brasileiros para renovar os estu