terça-feira, 12 de agosto de 2014
Ativistas querem R$ 3 bilhões para combate ao racismo
Em Segunda-feira, 11 de Agosto de 2014 11:02, ivair augusto alves dos santos <ivairs@gmail.com> escreveu:
Ativistas lançam na próxima quinta-feira (14), às 20 horas, no auditório do Sindicato dos Jornalistas, em Brasília (SIG Quadra 2, lote 420 - City Offices) a campanha pelo projeto de iniciativa popular para criar o Fundo Nacional de Combate ao Racismo (FNCR).
A
proposta é captar 1,4 milhão de assinaturas a fim de apresentar ao
Congresso Nacional um projeto legislativo para aprovar o fundo. A
estimativa é que esse instrumento venha a contar com um patrimônio
financeiro de cerca de R$ 3 bilhões até 2030.
O
montante será usado para apoiar ações e programas de promoção da
igualdade racial em todo o país. Um dos slogans cunhados pelos mentores
do projeto é “racismo se combate com recursos”, explica Mário Theodoro,
que coordena a campanha.
A
estratégia de marketing está montando peças com fotos de personalidades
da cultura, do esporte, da militância de igualdade racial, de
universidades e outras áreas que contém a frase “Fundo Nacional de
Combate ao Racismo. Eu assino! E você?”.
“Queremos
sensibilizar cidadãos de todo o país e todos os segmentos da sociedade,
brancos, negros, indígenas, ciganos, árabes, judeus, enfim que
comunguem com o ideal de combate ao racismo”, antecipa o professor da
Universidade de Brasília (UnB), Nelson Inocêncio. De acordo com o
publicitário João da Maria, “a campanha tem um forte apelo e tem
potencial para envolver e convencer milhares de brasileiros a aderirem”.
“O
racismo permanece um desafio na sociedade brasileira, pois é evidente o
acirramento dessa questão o que evidencia que o mero combate à pobreza
não põe fim ao legando racial brasileiro”, arremata Theodoro.
Pelo
projeto, quando o fundo estiver em vigor terá como aporte recursos
oriundos do pagamento de penas de multas de crimes raciais, doações
orçamentárias, doações de pessoas físicas e de organismos nacionais e
internacionais.
O
projeto propõe ainda que se crie um concurso especial de sorteios de
números – uma espécie de Mega-Sena da Consciência Negra – a ser
realizado pela Caixa Econômica Federal no mês de novembro de cada ano,
para arrecadar recursos para o fundo.
Equivalente
a essa ideia, o projeto também indica que parte da arrecadação venha de
0,5% da renda da bruta dos concursos de prognósticos e loterias
federais e similares cuja realização estiver sujeita a autorização
federal.
“O
fundo é decisivo para que possamos aprofundar, qualificar e estruturar
as políticas de combate ao racismo e promoção da igualdade racial”,
defende o sociólogo Ivair Alves dos Santos, que também integra o grupo
que está à frente da campanha.
A
destinação dos recursos abrange ações em prol da permanência de
afrodescendentes na educação, várias iniciativas na área das ações
afirmativas, valorização da imagem do negro na mídia, empreendedorismo,
titulação de terras quilombolas e fomento e financiamento da cultura e
tradições afro-brasileiras.
Na
minuta de projeto de lei, os ativistas definem que os recursos do FNCR
deverão ser utilizados pela Secretaria Nacional de Promoção da Igualdade
Racial (Seppir) e pela Fundação Cultural Palmares.
O
Fundo terá um caráter patrimonial e deverá ser gerido por comitê gestor
criado especificamente para administrar os recursos. Esse colegiado
será composto por representantes do governo e da sociedade civil,
defendem os coordenadores do projeto.
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