RELATO DE AGRESSÃO DA POLICIA MILITAR DO 7º BATALHÃO DE SÃO JOSÉ/SC.
No dia 09 (Sábado) do mês 09 (Setembro), às 02h00min da manhã estava
acontecendo uma festa de aniversário no endereço: Rua Edberto de
Oliveira,1388,Monte Cristo Florianópolis. Este endereço é de uma família
negra e, portanto todas as pessoas que participavam da festa eram negras.
Quando uma viatura da Policia Militar chegou ao local, e pediu para que os
donos da casa desligassem o som, como a festa já estava no final, acatamos
o pedido da Policia, mas eles falaram que a gente até podia aumentar o som,
mas caso eles voltassem ali, eles iriam levar o som e o "negócio" ia ficar
pior. Os convidados da festa ficaram revoltados com a forma agressiva de
abordagem do Policial. Um dos convidados falou para o Policial que eles não
precisavam ameaçar pessoas trabalhadoras e de bem, e disse para o Policial
que ele deveria ter mais o que fazer; o Policial disse: agora vocês vão ver
o que é trabalhar e chamou reforço Policial, chegaram no local mais 3
viaturas. Cujos números são: 3225, 3223, 3511, 4594 todas do 7º batalhão de
Policia.
Enquanto, um senhor conversava com um Policial. Outro Policial aproximou-se
e sem fazer nenhum questionamento jogou spray de pimenta no rosto dele. O
senhor tem uma deficiência na perna, em função de 3 derrames. Enquanto isso
os demais Policiais começaram a atirar com arma de fogo e de borracha,
bombas de efeito moral contra as pessoas que ali estavam, e por sua vez as
pessoas começaram a correr, inclusive crianças e adolescentes e pessoas de
mais idade. Uma adolescente foi atingida com uma bala de borracha nas
nadigas e a Jovem outra foi atingida, na perna por uma bomba que provocou
ferimentos em sua perna.
Usaram expressões racistas e ofensivas como:
Seus Lixos, macacos, urubus, putas para as mulheres e falaram também que
aquilo ali não eram uma festa de família e sim um Cabaré.
Um dos Policiais falou: Eu nunca matei ninguém com uma 12 mas hoje eu quero
matar.
A aniversariante, não pode correr com as demais pessoas por que lembrou que
seus filhos de 3 anos e outra de 4 meses estavam dentro da casa, e como os
Policias falaram que iriam atirar pra tudo quando era lado, ela ficou com
medo que seus filhos fossem atingidos. Ficou paralisada entre a casa e as
armas dos policiais. Aproveitando - se desta situação jogaram spray de
pimenta em seu rosto exigindo que ela levantasse. Como não conseguiu
levantar, os Policiais começaram a ofendê-la de Macaca, puta e apontaram
para ela uma arma de calibre 12 de borracha e outra arma de calibre
0.40(Pistola).
Logo depois 3 Policias invadiram a casa com muita agressividade e ofendendo
todos que ali estavam, levaram duas caixas de som de dentro da casa.
Permaneceram durante 01h30minh (uma hora e trinta minutos) torturando com
ameaças, jovens, crianças, mulheres e idosos. Após a saída dos policiais,
recolhemos algumas cápsulas de bala de borracha e de 0.40 deflagrados e
também restos de bomba de efeito moral. Existem 3 casas de comercio próximo
da casa, que possuem sistema de câmara de segurança, mas não quiseram
disponibilizar. Em anexo, Boletins de Ocorrências, fotos e Registro da
denuncia que fizemos junto ao 7º Batalhão na Corregedoria do mesmo. Foi
entregue para o agente Policial 3 cápsulas de 12(borracha) e uma cápsula de
0.40(Pistola) deflagradas. Não foi possível o recolhimento de todo arsenais
usados, pois as 5 horas da manhã os policiais voltaram e recolheram parte
do material.
Conclamamos a todos que lutam contra o racismo e a violência Policial e
lutam por uma sociedade de justiça e igualdade que mandem para seus
contatos essa denuncia para que esses Policiais sejam punidos e para que
outros jovens, mulheres, criança não sejam mais vitimas desses bandidos de
fardas.
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Wilson Lalau
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