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Gabriela Soares:Que pague quem tem culpa, não quem tem cor

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5 de Janeiro de 2015  por  Marcha Mundial das Mulheres   Deixe um comentário Por: Gabriela Soares* Na história do nosso país não nos é de forma alguma novidade a presença e constante manifestação dos preconceitos e opressões. Tais males estão enraizados em quaisquer que sejam as esferas e instituições sociais. Não surpreende, por exemplo, que nossa justiça julgue com dois pesos e duas medidas os indivíduos, principalmente por sua cor e classe social. Há pouco menos de 10 dias temos visto um novo exemplo dessa situação. No dia 25 de dezembro de 2014, a turista italiana Gaia Molinari, de 29 anos, foi encontrada morta em Jijoca de Jericoacoara, a 287 Km de Fortaleza (CE). Seu corpo estava em uma trilha afastada, local que carros não conseguiam ter acesso. Desde então a Delegacia de Proteção ao Turista começou uma verdadeira caça em busca de indícios que levassem a alguma resposta sobre quem cometeu o crime. Durante o período inicial da investigação chegaram até a pesquisadora ca

Lola: GENTILI E SEU MODO MASCU DE STAND UP BULLYING

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Ontem Gentili publicou um tuíte com a foto de uma ativista que eu não conhecia,  a Bruna , estudante da Unesp.  Ela é lésbica, e, no ano passado, na UFSCar, depois de um trote machista e lesbofóbico, houve uma intervenção com cartazes. Essa da foto era contra  a fetichização  das relações lésbicas (aquele negócio: as mulheres não são lésbicas para excitarem os homens héteros; aliás, elas não estão nem aí com o desejo dos homens héteros nem, inclusive, com o julgamento dos homens sobre o corpo delas).  No final do ano vários grupos machistas expuseram Bruna em suas páginas. Ela recebeu mais de cem mensagens com todo tipo de ofensas.  Também descobriram seu número do celular e passaram a ligar pra ela. Esta é a metade de um comentário que um rapaz deixou na página de Bruna. Perceba como ele gasta várias linhas para chamá-la de feia e gorda, mas o que o incomoda mesmo é que ela seja feminista: Gentili decidiu jogar mais lenha na fogueira,  tuitando a imagem  (obvia

Dennis de Oliveira: Liberdade para Miriam França

Publicado em  Revista Fórum Na minha trajetória de luta contra o racismo e em defesa dos direitos humanos e sociais, frequentemente ouvi duas coisas: primeiro que é necessário negros e negras usarem mais a Justiça, constituir bons advogados, terem boas assessorias jurídicas, enfim, ensinar os direitos; segundo, que negros e negras precisam se educar, se formar, buscar uma ascensão profissional porque o racismo no Brasil é uma questão mais “social” que “racial”. Se é possível retirar algo de positivo neste caso absurdo da prisão de Miriam França, acusada do assassinato da turista italiana Gaia Molinari em Jericoacara (CE), é que as duas premissas muito repisadas por brancos e até negros cai por terra. A polícia judiciária e a própria Justiça está sendo absurdamente leniente com uma tremenda ilegalidade – uma prisão preventiva motivada por “contradição no depoimento”, a incomunicabilidade da detenta com os seus familiares e a ausência absoluta de provas cabais que justifiquem a pris

Para entender a relação entre Justiça e Racismo que martiriza Miriam França.

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Denunciados por tráfico de drogas Punlicado no Jornal do PCO .  click aqui Luís Carlos Valois Juiz de Direito, mestre e doutorando em direito penal pela Universidade de São Paulo, membro da Associação Juízes para a Democracia e da Law Enforcement Against Prohibition - LEAP, Associação de Agentes da Lei Contra a Proibição das Drogas Pesquisando processos de tráfico de drogas pelos Fóruns do país, recentemente estive em Porto Alegre, nossa bela capital do sul, e duas coisas me deixaram bastante intrigado.             A primeira diz respeito a uma prática dos promotores de justiça, que são agentes pagos pelo estado para exercer a atividade de acusação da forma mais imparcial possível, coisa que por si só já é de extrema dificuldade ? pois acusar sendo imparcial é a mesma coisa que ser parcial sendo imparcial, ou seja, o cidadão promotor precisa exercer certo malabarismo intelectual e emocional muito complexo.             Para se iniciar um processo o promotor tem que apresen

O inferno de Mirian e o céu de Eike e Guilherme

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Publicado em Congresso em Foco “No Brasil a cor de pele decide entre ser e não ser suspeito, criminoso e condenado. Aqui não precisa investigar muito porque a inocência ou a culpa está na cara”, diz o filósofo Bajonas Teixeira ao criticar a diferença de tratamento dispensado a brasileira apontada como suspeita de matar italiana e ao empresário acusado de causar prejuízos a milhares de investidores POR  CONGRESSO EM FOCO  |  06/01/2015 10:00 CATEGORIA(S):  DIREITOS HUMANOS ,  FÓRUM ,  OUTROS DESTAQUES   COMPARTILHAR IMPRIMIR Montagem: Anna Clara Pereira Pinheiro Teixeira de Brito "Uma figura mais limpa que pau de galinheiro, como Eike Batista, financia as UPPs e coloca a população pobre inteira da cidade e de suas periferias, como suspeitos desde o berço. Uma jovem estudiosa, séria e exemplar, vai parar atrás das grades simplesmente por ser negra. Por ser negra, ela é mentirosa" Bajonas Teixeira de Brito Junior * O Brasil é um país curioso e